sábado, 30 de agosto de 2014

O Tratado de Tordesilhas



Assinado no dia 7 de julho de 1494, o Tratado de Tordesilhas foi um acordo assinado entre o Reino de Portugal e o Reino da Espanha, um dos novos reinos da Europa, no povoado castelhano de Tordesilhas, que tinha como objetivo dividir as terras já descobertas e que ainda estivessem por se descobrir pelas duas coroas fora da Europa. Este tratado foi o resultado das contestações feitas por Portugal à Coroa espanhola sobre a viagem feita por Cristóvão Colombo um ano e meio antes, onde havia chegado ao chamado Novo Mundo, e reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica.

A divisão do Tratado de Tordesilhas
O tratado pegava como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão, no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha se encontrava especificamente entre essas ilhas pertencentes a Portugal e as ilhas das Caraíbas, que haviam sido descobertas por Colombo. Os territórios que estivessem a leste deste meridiano seriam de Portugal, enquanto os que estivessem a oeste seriam da Espanhol.

Como nesta época o Brasil ainda não havia sido descoberto, mesmo que os espanhóis tivessem chegados a terras brasileiras, de acordo com o tratado, quem teria direito a este território seria Portugal. O Brasil, se encontra com terras em dois dos territórios, nos que pertenceriam a coroa espanhola e a coroa portuguesa. Não respeitando o tratado os portugueses foram invadindo as terras além da linha divisional imaginária, ocupando terras que seriam pertencentes aos espanhóis. Eles por sinal não se importaram muito, já que estavam ocupados com as terras que haviam sido descobertas no restante da América, ao norte, sul e oeste do Brasil. 250 anos depois do descobrimento os portugueses continuavam avançando para o interior das terras brasileiras, invadindo territórios que deveriam ser da Espanha. Muitos não tinham ciência de que essas terras existiam, e desta forma o Brasil foi tomando a forma que tem hoje.

O tratado do ponto de vista de outras nações
Algum tempo após a assinatura do Tratado, alguns países se mostraram insatisfeitos com tal atitude.  Muitas nações Europeias iniciavam seus processos de expansão marítima e não concordavam com o fato desta divisão ter acontecido apenas entre as coroas espanhola e portuguesa. Agora as coisas aconteciam da seguinte forma, o fato dessas nações não estarem no tratado significava para eles que estariam livres para tomar posse de qualquer faixa de terra que fosse descoberta, estivesse ela do lado português ou espanhol do tratado.

Os franceses, por sua vez, começaram a organizar expedições marítimas em direção ao Brasil, deixando bem claro que não concordava em hipótese alguma com os termos do tratado e quem não aceitavam a legitimidade do mesmo.

Essas atitudes dessas nações obrigou Portugal a intensificar os mecanismos de controle de seu território, agora mais do que nunca era necessário que houvesse uma colonização para mostrar que aquelas terras tinham um dono. Foi daí, que a partir de 1530 Martin Afonso foi enviado por Portugal para terras brasileiras com a finalidade de criar o primeiro centro de exploração colonial.